terça-feira, 30 de abril de 2024

A Proclamarão da República, Golpe ou Revolução?

 

É bem provável que todo brasileiro já tenha ouvido falar da Proclamação da República, seja pelas aulas da escola ou por termos um feriado dedicado a esse evento. No entanto uma importante reflexão que precisamos compreender é de como esse evento está ligado ao nosso dia a dia mesmo tendo ocorrido a mais de um século.

Uma das atuais críticas que se faz ao processo de Proclamação da República é devido ao questionamento de conceitos que recentemente começaram a ser abordados, dentre eles, foi um golpe ou uma revolução?

Alguns historiadores mais tradicionais podem afirmar que se trata de uma revolução por se tratar do encerramento do regime monárquico e início de uma república. E de fato isso ocorreu, com uma nova constituição estabelecendo todo um novo Estado de direitos e garantias republicanas, definindo cargos e funções, e como as novas legislações deveriam abordar a vida do brasileiro a partir do dia 15 de novembro de 1889.

Mas, se houve uma mudança no sistema de governo e até mesmo uma mudança no nome do Estado brasileiro, vindo a chamar-se Estados Unidos do Brasil, de onde vem a interpretação de que se trataria de um golpe?

Um dos elementos que caracterizaria a definição de golpe ou revolução seria a mudança do status quo. No caso do Brasil houve sim a mudança do regime de governo, no entanto não houve a mudança de classe social dominante. Os grandes senhores latifundiários, a aristocracia militar, a burguesia mercantil, e o capital estrangeiro estabelecido continuaram a ser a elite social dominante no Brasil pós Proclamação da República.

De um certo modo o que houve no Brasil foi a substituição de um governo monárquico que começaram desagradar a elite social por fatores como, o fim da escravidão sem a indenização dos latifundiários, a baixa representatividade dos militares no governo após a guerra do Paraguai, os conflitos de interesses com a igreja, e a instabilidade cultural em relação à sucessão de Dom Pedro II que poderia vir a se tornar uma instabilidade política e consequentemente econômica.

A transformação do Brasil em uma República seria então uma necessidade da elite social estabelecida de manter o seu status quo de dominação, visto que a monarquia não mais atenderia suas necessidades e de certa forma até mesmo ameaçaria sua continuidade na dominação do Brasil.

Observando o contexto Internacional, as grandes nações do mundo europeu, os Estados Unidos da América e o Japão concluíam seu processo de industrialização em finais do século XIX. O Brasil neste mesmo período tinha voltado seu pequeno surto industrial para atender as demandas de suas plantation, o que tinha demonstrado enorme potencial industrial para o Brasil, e isso ameaçava não só a elite agrária nacional mas também a concorrência industrial estrangeira.

A Proclamação da República então representa muito mais continuidades do que mudanças, pois agora não seria mais necessário um governo representando os interesses da elite agrária, a própria aristocracia rural brasileira iria se candidatar, eleger e ser eleita no sistema republicano defendendo assim os seus próprios interesses.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Império Romano

Transição da República para o Império

Julius Caesar: O caminho para o império começou com as reformas e a centralização do poder por Júlio César.

Augustus: Após o assassinato de César, seu sobrinho e herdeiro adotivo Augustus (anteriormente conhecido como Octavian) derrotou seus rivais e tornou-se o primeiro imperador de Roma em 27 a.C., marcando o início do Império Romano.


Estruturação do Poder

Principado: Augustus estabeleceu o principado, um sistema que mantinha as fachadas da república, mas era governado de facto por um imperador.

Legado Político: Instituições como o Senado continuaram a existir, mas o poder real estava nas mãos do imperador
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Imperadores Romanos

Governantes Notáveis
Dinastia Júlio-Claudiana: Inclui imperadores como Tiberius, Caligula, Claudius e Nero.

Dinastia Flaviana: Vespasiano, que começou a construção do Coliseu, e seus filhos Titus e Domitian.

Os "Cinco Bons Imperadores": Nerva, Trajan, Hadrian, Antoninus Pius e Marcus Aurelius, conhecidos por sua governança sábia e justa.

Declínio Dinástico e Crises

Commodus: O fim do reinado marcado por estabilidade dos "Cinco Bons Imperadores".

Ano dos Quatro Imperadores: Um período de guerra civil e instabilidade política.

Pax Romana


Definição e Características

Paz Romana: Um longo período de relativa paz e estabilidade em todo o império, que durou aproximadamente de 27 a.C. a 180 d.C.

Prosperidade Econômica: Expansão do comércio, melhorias na infraestrutura e ausência de grandes conflitos internos ou invasões.

Surgimento do Cristianismo


Origens e Expansão
Jesus de Nazaré: O cristianismo começou com o ministério de Jesus e sua subsequente crucificação.
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Apóstolos e Evangelização: Os seguidores de Jesus espalharam seus ensinamentos por todo o império.

Perseguições: Os cristãos foram inicialmente perseguidos por suas crenças.


Legalização e Adoção como Religião do Estado

Edito de Milão: Em 313 d.C., Constantino I legalizou o cristianismo.


Teodósio I: Tornou o cristianismo a religião oficial do império em 380 d.C.


Divisão do Império

Causas e Execução

Diocleciano: Estabeleceu a Tetrarquia, dividindo o império em duas partes para facilitar a governança.

Divisão Permanente: O império foi dividido finalmente em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente no final do século IV.

Invasões Bárbaras

Povos e Movimentos
Godos, Hunos, Vândalos e outros: Povos germânicos e nômades pressionaram as fronteiras do império.

Saque de Roma: Em 410 d.C., os visigodos saquearam a cidade de Roma.

Impacto no Império

Desgaste Militar e Econômico: O império não conseguiu repelir todas as invasões, levando a um enfraquecimento progressivo.

Contratos foederati: Acordos com tribos bárbaras para defender as fronteiras, que minaram a autoridade imperial.

Queda de Roma

Problemas Internos: Instabilidade política, corrupção, dificuldades econômicas e dependência de mercenários.

Invasão de 476 d.C.: Odoacro, um líder germânico, depôs o último imperador romano do Ocidente, Romulus Augustulus.



Fim Oficial do Império Romano do Ocidente: O Império Romano do Oriente, também conhecido como Império Bizantino, continuou a existir até 1453.




quinta-feira, 25 de abril de 2024

Auguste Comte

 


Auguste Comte foi um influente filósofo francês do século XIX, conhecido por sua teoria do Positivismo, que teve um impacto significativo no desenvolvimento da sociologia e da filosofia.

Positivismo


Comte é considerado o fundador do Positivismo, uma abordagem filosófica que enfatiza a importância do conhecimento científico, baseado na observação empírica, na análise e na experimentação, como meio de compreender o mundo.

Física Social


Comte propôs a ideia de "física social", que buscava aplicar os princípios da ciência natural ao estudo da sociedade, argumentando que a sociedade deveria ser compreendida e estudada de maneira científica, semelhante às leis da física.

Lei dos Três Estágios


Uma das contribuições mais famosas de Comte foi a "Lei dos Três Estágios", que descreve a evolução do pensamento humano em três estágios: o estágio teológico, o estágio metafísico e o estágio positivo, onde a compreensão científica predomina.

Estágio Teológico


No estágio teológico, a explicação dos fenômenos naturais e sociais é baseada em forças sobrenaturais, divindades e entidades místicas, refletindo uma compreensão religiosa e mitológica do mundo.

Estágio Metafísico


No estágio metafísico, as explicações baseiam-se em entidades abstratas e conceitos gerais, como "essência" ou "natureza", representando uma transição da explicação religiosa para uma abordagem mais racional, mas ainda não científica.

Estágio Positivo


No estágio positivo, a compreensão dos fenômenos é baseada em observações empíricas, leis naturais e relações causais, refletindo uma abordagem científica e sistemática para o conhecimento.

Organização Social


Comte propôs uma reorganização social baseada na aplicação do método científico para resolver problemas sociais, defendendo a criação de uma "religião da humanidade" e a ênfase na solidariedade social e no bem-estar coletivo.

Contribuições à Sociologia


Comte é reconhecido como um dos precursores da sociologia, enfatizando a importância da observação empírica e do estudo sistemático da sociedade, influenciando assim o desenvolvimento dessa disciplina.

Legado e Relevância


O Positivismo de Comte ainda é discutido e estudado na filosofia, sociologia e ciências sociais, deixando um legado duradouro na compreensão do papel da ciência e da sociedade na era moderna.










Thomas Hobbes

 


Thomas Hobbes foi um filósofo político e pensador inglês do século XVII, nascido em 1588. Ele é mais conhecido por sua obra "Leviatã", na qual desenvolveu teorias políticas e sociais revolucionárias.

Contexto Histórico

Hobbes viveu em um período de intensa agitação política na Inglaterra, incluindo a Guerra Civil Inglesa. Esse contexto influenciou fortemente suas visões sobre a natureza humana e a organização política.

Estado de Natureza

Hobbes desenvolveu a ideia do estado de natureza, no qual os seres humanos, em sua condição natural, estariam em constante competição e conflito, levando a uma vida "solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta".

Contrato Social


Para escapar do estado de natureza caótico, Hobbes propôs a ideia do contrato social, no qual as pessoas concordam em abrir mão de certos direitos em troca de segurança e ordem, formando assim um governo soberano.

Leviatã

A obra mais famosa de Hobbes, "Leviatã" (1651), apresenta sua teoria política, defendendo um poder soberano absoluto, que ele comparou a um "Leviatã", um monstro mitológico, simbolizando o Estado.

Materialismo e Determinismo

Hobbes era um materialista, acreditando que tudo no universo era composto por matéria e movimento. Além disso, ele defendia um determinismo rígido, argumentando que todas as ações humanas eram causadas por antecedentes físicos.

Influência na Filosofia Política

As ideias de Hobbes tiveram um impacto duradouro na filosofia política, influenciando pensadores posteriores, como John Locke, Rousseau e até mesmo filósofos contemporâneos, devido à sua abordagem radical da natureza humana e do Estado.

Obras Adicionais

Além de "Leviatã", Hobbes também escreveu outras obras importantes, como "Do Cidadão" e "De Corpore", nas quais explorou questões filosóficas, políticas e científicas.

Posição em Relação à Religião

Hobbes defendia uma visão mecanicista e secular do mundo, o que o levou a conflitos com autoridades religiosas, sendo acusado de ateísmo por suas opiniões sobre a natureza de Deus e a autoridade da Bíblia.

Legado e Relevância

O legado de Hobbes é evidente na teoria política moderna, especialmente em relação ao papel do Estado, à natureza humana e à justificação do poder político, tornando suas ideias um ponto de referência crucial para o estudo da filosofia política.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Filosofia Patrística

 


A filosofia Patrística refere-se ao pensamento filosófico dos Padres da Igreja, que viveram principalmente nos primeiros séculos do cristianismo, influenciados pela filosofia grega e romana.

Síntese entre Fé e Razão



Os Padres da Igreja buscaram conciliar a fé cristã com a filosofia clássica, especialmente o pensamento de Platão e Aristóteles, acreditando que a razão poderia complementar a revelação divina.

Combate às Heresias




A filosofia Patrística buscou refutar as heresias que ameaçavam a ortodoxia cristã, como o gnosticismo e o arianismo, utilizando argumentos filosóficos para defender a doutrina da Trindade e a natureza divina de Jesus.


Teologia e Filosofia




Os Padres da Igreja utilizaram a filosofia para explicar conceitos teológicos, como a natureza de Deus, a criação, o mal e a liberdade humana, estabelecendo assim uma base para a teologia cristã.


Agostinho de Hipona





Agostinho de Hipona foi um dos principais expoentes da filosofia Patrística, influenciado pelo platonismo e conhecido por sua teoria do conhecimento, teologia da história e conceito de pecado original.


Transmissão do Conhecimento




A filosofia Patrística desempenhou um papel crucial na preservação e transmissão do conhecimento clássico, preservando obras de filósofos pagãos e adaptando-as à visão cristã.

Contribuições à Ética




Os Padres da Igreja desenvolveram uma ética baseada na noção de virtude, influenciada pela filosofia aristotélica, e enfatizaram a importância da vida moral e da busca pela santidade.


Legado na Teologia Cristã

A filosofia Patrística deixou um legado duradouro na teologia cristã, moldando a compreensão da fé e da razão, influenciando tanto o pensamento medieval quanto a teologia contemporânea.



Relevância Contemporânea



Apesar de sua antiguidade, a filosofia Patrística ainda é estudada e relevante nos estudos teológicos e filosóficos atuais, fornecendo insights sobre a interação entre fé e razão.





A Filosofia de Heráclito e Parmênides

 


Heráclito:

Panta Rhei (Tudo Flui):
Heráclito é famoso por sua doutrina do "panta rhei", que significa "tudo flui".
Ele argumentava que o universo está em constante mudança e fluxo perpétuo.
Nada permanece o mesmo, tudo está em um estado de constante transformação.
Ele usava a metáfora do rio para ilustrar esse conceito, afirmando que é impossível entrar no mesmo rio duas vezes, pois tanto o rio quanto o indivíduo que entra nele estão sempre mudando.

Logos:
Heráclito introduziu o conceito de "logos", que pode ser traduzido como razão, palavra, princípio ou lei.
Para ele, o logos é a ordem subjacente ao cosmos, a força que governa e harmoniza o universo em meio ao seu constante fluxo.
É uma espécie de princípio organizador que mantém a coesão e a unidade por trás da diversidade aparente.

Conflito e Harmonia:
Heráclito via o conflito como uma parte intrínseca da realidade.
Ele acreditava que o conflito é o que impulsiona a mudança e o progresso.
No entanto, ele também enfatizava a ideia de uma harmonia subjacente, um equilíbrio entre forças opostas que mantém o universo em ordem.


Parmênides:

Ser e Não-Ser:
Parmênides argumentava que o ser é o único objeto legítimo de investigação filosófica, enquanto o não-ser é ininteligível e não tem existência real.
Ele defendia que o ser é uno, imutável e eterno, enquanto o não-ser não existe.
Portanto, qualquer mudança ou variação é ilusória.

                                

Aparência vs. Realidade:
Parmênides fazia uma distinção radical entre a aparência (o mundo percebido pelos sentidos) e a realidade (o ser imutável).
Ele argumentava que nossos sentidos podem nos enganar e nos levar a acreditar em uma realidade ilusória.
A verdadeira realidade só pode ser alcançada através do pensamento racional e lógico, não através da percepção sensorial.

Imobilidade e Unidade:
Parmênides enfatizava a imobilidade e a unidade do ser.
Ele acreditava que o ser é indivisível e não pode ser alterado de forma alguma.
O ser é eterno, sem começo nem fim, e não pode ser afetado por qualquer forma de mudança ou movimento.