África
- Brasil
Introdução
Quando falamos nas
relações África- Brasil temos que levar em consideração primeiramente o fato de
estamos abordando dois lugares no globo que tem a experiência de dominador, mas
divide a experiência de dominação. Temos origens históricas completamente
distintas. Devemos nos lembrar que o Brasil compõe uma única nação, um único
povo, e um único Estado nacional. A África, no entanto é um continente de
grandes proporções e história, com
nações e povos diferentes compondo diversos Estados nacionais, alguns desses
Estados formado com a força e as armas de Estados Europeus colonizadores
concentrando em uma mesma região diversas nações.
Em sua origem, o Brasil
fui construído com o objetivo de transformar as terras que Portugal havia conquistado
em suas expansões marítimas em algo que pudessem trazer vantagem comercial em
uma época onde o mercantilismo estava em crescimento. Para tanto foi preciso
trazer para as terras tupiniquins mão de obra escrava, pois devido a uma serie
de razões o trabalho compulsório com os nativos americanos não era
economicamente viável.
A relação de Portugal
com a áfrica no entanto é muito mais antiga que a do Brasil. Portugal encontrou
no trafico negreiro de escravos saindo da áfrica para as Américas uma excelente
forma de ganhar dinheiro, mas muito mais que isso, essa relação comercial bem
sucedida possibilitou que as colônias portuguesas na áfrica se estabilizarem,
tornando prosperas e lucrativas para os colonizadores.
Temos então uma breve
origem historia que serve como base para o entendimento dessa complexa
relação de um país sul-americano com o
continente africano. A analise e compreensão das relações diplomáticas é a
melhor forma de como um Estado entende o outro ou uma situação política
externa. Sendo assim a melhor forma de uma compreensão de uma relação
Brasil-África.
Um
continente, milhares de nações.
Um dos primeiros
esclarecimentos que devemos ter em questão da África é que suas fronteiras
políticas foram praticamente delimitadas por nações estrangeiras que em momento algum da historia
respeitou as diferenças étnicas e sócio-culutrais dos povos que estavam
obrigando a conviverem juntos em um mesmo espaço geográfica. Uma tragédia
política que custa milhares de vidas até os dias de hoje.
Mesmo após a descolonização
não houve um processo de ajustes de fronteiras no sentido de uma divisão
respeitando os antigos conflitos. De certa forma vemos uma continuação dos
sistemas onde coloca-se etnias menores e desvantagens de maiores.
Os teatros de guerras
expandiram-se de forma significativa após as descolonizações. As etnias antes
concentradas em lutar contra uma força estrangeira, ou de certa forma coagida por tais forças,
agora não encontram mais obstáculos para voltarem seus ódios contra suas
antigas desavenças locais.
Guerras civis, guerras
coloniais, total falta de infraestrutura governamental por parte dos países
africanos acabam por dificultar as relações internacionais entre o continente
africano e o resto do mundo, principalmente com países que durante a guerra
fria possuíam pouca ou quase nem uma expressão internacional, entre estes o
Brasil se encaixa perfeitamente como exemplo.
Um
País sem nação
A formação do Brasil se
deu de uma forma um tanto inusitada. Vemos que mesmo as pessoas que nascia em
território brasileiro na época que ainda éramos colônia de Portugal, a
cidadania era portuguesa. Houve uma seria turbulência no reconhecimento das cidadania
brasileira após a independência, pois até mesmo o imperador Dom. Pedro I era
português.
O Brasil teve sua
formação social fundada nos valores portugueses da sociedade e religião. Porem
a sociedade que se formou teve características peculiares devido a forma como
se deu essa colonização. Estamos falando de uma colônia em que a maioria das
pessoas que vinha eram homens, tanto os colonizadores portugueses, como os
escravos africanos. A miscigenação e as necessidades culturais foram montando
uma cultura bastante distinta da europeia.
Politicamente o Brasil
sempre tentou criar um sentimento de unidade entre seus cidadãos, um tanto
complexo, no entanto que de certa forma funcional, pois não há no Brasil varias
formações culturais no sentido de querer uma identificação que não seja a de
Brasileiro.
Em
busca da diplomacia
Ocorreu durante os
governos republicanos no Brasil uma tentativa de se manter uma diplomacia
aberta com a África. No entanto devemos lembrar que mesmo após a proclamação da
república no Brasil o continente africano ainda estava dominado pelas potencias
europeias. Quando houve a discussão entre estender a influencia do Brasil na
áfrica percebeu-se que a primeira barreira a ser quebrada seria as dos
colonizadores.
A política externa
brasileira sempre se propagando em uma atitude muito mais neutralista do que ostensivas
logo tratou de não opinar, ou pelo mentos de não contrariar as nações
colonizadoras da África. Tendo somente o envio e a regularização de suas
políticas mais ousadas com relação ao tratamento diplomático com países
africanos somente após a descolonização.
O envio e de delegações
diplomáticas, e a vinda e instalações de consulados africanos se deu
principalmente durante a segunda metade do século XX. Mas é no século XI que
vemos o Brasil participando de políticas externas na África com mais ousadia e
colocando seus interesses em disputa ate mesmo com seus antigos colonizadores.
Tendo como principal vista, não somente o aumento das relações diplomáticas,
mas principalmente as relações comerciais em foco.
Conclusão
As relações comerciais,
econômicas, e por muitas vezes militares sempre foram o foco da diplomacia
africana. Mesmo em tempos de colonização ou descolonização, até a tentativa da
formação dos estados nacionais.
O grande motivador das
expansões das relações diplomáticas do Brasil com a áfrica foi a tentativa de
uma implantação de mercados brasileiros competitivos no continente até outrora
dominado completamente por suas ex-colônias.
A busca por uma
aproximação devido a um vinculo de um passado comum é sempre bem vida, e bem
vista, no entanto não pode-se deixar de lado o fato de que se não houver um
interesse econômico por traz disso essa relação tende a fracassar. Os custos de uma relação diplomática é muito
alto, e manter um consulado, ou pelo menos uma estrutura mínima de uma relação
diplomática deve ser bancado de alguma forma, e nas sociedades capitalistas
atuais, somente a busca por cultura ainda não é uma prioridade em seus valores.