Do Feudalismo ao Capitalismo: Transições
Nesse
trabalho o autor tenta fazer uma demonstração a partir do ponto de vista da
nova historia sobre as mudanças que ocorreram no período em que a marcação do
tempo histórico passa de idade média para idade moderna. O autor tenta colocar
os aspectos de produção que vai desde Roma e seu declínio, a ascensão do
feudalismo e sua queda, e como surge esse capitalismo que ira marcar a
humanidade como principal modo de produção até os dias de hoje.
Quando
trata de Roma, observa a estrutura romana do escravismo e da participação
camponesa. Em Roma, no período de sua expansão, tinha-se um governo cujo a forma política foi a famosa republica
e seus senadores. As cidades eram basicamente a força do império, no entanto
não o sustentava, todo o sustento vinha dos campos, mas a urbanização foi a
forma adequada para que se houvesse a estrutura de Estado capaz de manter o
império romano unido e seguindo seu modelo econômico, tributário, social e
militar.
Nesse
contexto, o pequeno camponês ficou em uma situação delicada, pois, era sufocado
pelos grandes latifúndios, e muitas vezes viu-se obrigado a partir nas expedições
militares na busca de escravos e espólios de guerra. E quando um povo era conquistado
pelo império romano, uma das formas de pagamentos dos tributos era feita
expropriando parte de sua produção, ou até mesmo tomando como escravos os
derrotados.
Mas
essa realidade teve um alto preço, essa política tornou Roma dependente dos
escravos e dos tributos, pois a maioria dos pequenos camponeses se virão obrigados a trabalhar para os
grandes latifúndios, ou estar permanentemente no exércitos conseguindo mais
escravos para suas pobres terras.
Enquanto
isso, a aristocracia romana que ocupava o centro do estado e detentora dos
grandes latifúndios também se virão cada vez mais vinculada e dependente do
escravismo e das guerras expansionistas.
Por fim,
com o saturação do modo de produção romano veio a queda, o autor tentar nos da
algumas ideias de como ela ocorreu. A primeira é que o sistema de escravos e
latifúndios chegou ao seu esgotamento maximo, devendo ter adotado o sistema de médias
e pequenas propriedades e com trabalhadores livres. Em seguida nos da a ideia do alto grau de discriminação
entre as classes mais pobres e a aristocracia, tornando impossível a solução
dos conflitos. O autor alega em seguida que alguns teóricos afirmam que o
comercio interno amplo é incompatível o a escravidão, devendo o império adotar
o trabalho assalariado para sobreviver. No entanto o maior enfoque esta no fato
dos povos bárbaros conquistados e os não conquistados terem minado as
estruturas romanas, onde durante muito tempo Roma coseguiu segurar as revoltas
, mas a exploração abusiva romana era o seu grande predador.
Com
o declínio do Império Romano no ocidente o principal fator político afetado foi
sua centralização, agora os territórios antes controlados por rola e suas
legiões passam a ser governados pelos senhores feudais, inicia-se um período de
guerras territoriais, mas que não mais representa um período de declínio e
trevas como visto por antigas historiografias.
Para
Salinas a produção feudal era baseada no consumo, pois não havia mercado para a
absorção de um excedente. A agricultura para consumo era a principal atividade
, e o comercio era reduzido.
A
ligação do servo com o senhor feudal se dava basicamente para sua defesa, uma
vez que não havia mais a organização política centralizada, cada feudo deveria
ser autossuficiente em suas defesas, embora intimamente ligado com a produção
dos feudos, a situação dos servos era bem melhor que a dos escravos.
A
igreja Católica não somente sobreviveu após a queda de Roma, como também prosperou,
passou a ser determinante na produção sociocultural no feudalismo. Foi também a
maior proprietária de terras do período causando o impedimento das relações de produção
mais capitalistas. Alem de também ter forte influencia nas relações jurídicas
da época, onde se lutava pela permanência do sistema feudal, o direito medieval
era baseado nos costumes, e com alto grau de controle da igreja, tornava o
sistema quase engessado as próprias praticas medievais. E como o autor deixa
claro, não havia centralização, e as leis eram impostas de forma muito diversificadas
de um feudo pro outro, bem como de uma região para outra.
Pode-se
ver bem a influencia do direito no feudalismo quando colocamos o Estado moderno
em questão, onde vemos uma necessidade de regulamentação para apoiar os
conflitos e transações. Quando observamos esses problemas em feudos , o autor
alega ser uma pratica muito reduzida para que se tenha um desenvolvimento
amplo.
Quando
fala-se em direito podemos ver que no feudalismo, a condição do servo é um
pouco melhor do que a do escravo, embora não fosse totalmente livre, o servo
tinha acesso as áreas em comuns, e uma certa capacidade fazer reivindicações.
As
feudos não tinha valor de venda, embora a terra fosse a maior riqueza, não
poderia ser vendida, era nelas que se sustentavam o poder dos senhores feudais.
Salinas percebe que havia três divisões , onde se tinha as áreas comuns que correspondia
a uma fonte de água, pastos, florestas, etc. uma região principal ponde estaria
o castelo e as principais construções e o cultivo, e as terras do servos onde deveriam
trabalhar em produção de subsistência.
O
autor defende que a idade media não registra grande misérias, o trabalho era
árduo, mas também de prazeres, onde a religião aliviava grande parte dos
sofrimentos.
O
espírito burguês surge numa época em que essas relações de trabalho feudais
precisão ser modificadas para melhor se adequarem os ideais empreendedores
capitalistas. A primeira mudança visível é na própria orientação religiosa, que
muda radicalmente do conservadorismo católico onde a acumulação e lucro era
condenável para uma pratica onde o trabalho era o desejo de Deus para os homens
e a acumulação de riqueza era visto como sinal de prosperidade.
Para
Salinas, o camponês e servo não foi desapropriado dos instrumentos de produção.
As classes dominantes feudais não tinham instrumentos para uma total dominação
desses aspectos, no entanto com a ascensão da burguesia, o servo deixou de ser camponeses
e passou a ser o trabalhador assalariado, que não mais detém os meios de
produção e passa a ser escravo de um sistema salarial mais cruel do que a
servidão.
A transição
do feudalismo para o capitalismo se deu devido as condições originadas pelas
próprias atividades sociais feudais que favoreceram a acumulação de riqueza
pela pratica do comercio. Sendo o período feudo
um tempo de muita luta entre os camponeses detentores do trabalho e os
senhores detentores da propriedade da terra é natural que quem não estava a mercê
desta relação, como os comerciantes iria sair beneficiado, e logo que o
comercio e a produção mercantil começou a ascender acelerou o processo de declínio do modo
feudal de produção, pois afetaria diretamente na sua força de trabalho, o
camponês.
Na
America latina, observa-se bem o resultado da transição feudalismo
–capitalismo, onde se veem as formas capitalistas gerando acumulação de riquezas
nas metrópoles por meio do mercantilismo, e não pela expropriação do trabalho sérvio feudal. As colônias tinham
como missão abastecer a capacidade mercantil das metrópoles, sendo assim,
embora a terra fosse seu grande tesouro, não significa dizer que sua produção
fosse feudal.
Concluo
então com a percepção de que o feudalismo segundo Salinas evoluiu para o
feudalismo a partir das condições sociais criadas para uma sociedade feudal,
que embora rigorosa deixou brechas para que uma classe, a burguesia pudesse se
aproveitar de suas falhas e gerar um novo tipo de riquezas, e introduzir toda
uma nova ordem econômica, política e social.
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