quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Do Feudalismo ao Capitalismo: Transições



Do Feudalismo ao Capitalismo: Transições
Nesse trabalho o autor tenta fazer uma demonstração a partir do ponto de vista da nova historia sobre as mudanças que ocorreram no período em que a marcação do tempo histórico passa de idade média para idade moderna. O autor tenta colocar os aspectos de produção que vai desde Roma e seu declínio, a ascensão do feudalismo e sua queda, e como surge esse capitalismo que ira marcar a humanidade como principal modo de produção até os dias de hoje.
Quando trata de Roma, observa a estrutura romana do escravismo e da participação camponesa. Em Roma, no período de sua expansão, tinha-se um governo  cujo a forma política foi a famosa republica e seus senadores. As cidades eram basicamente a força do império, no entanto não o sustentava, todo o sustento vinha dos campos, mas a urbanização foi a forma adequada para que se houvesse a estrutura de Estado capaz de manter o império romano unido e seguindo seu modelo econômico, tributário, social e militar.
Nesse contexto, o pequeno camponês ficou em uma situação delicada, pois, era sufocado pelos grandes latifúndios, e muitas vezes viu-se obrigado a partir nas expedições militares na busca de escravos e espólios de guerra. E quando um povo era conquistado pelo império romano, uma das formas de pagamentos dos tributos era feita expropriando parte de sua produção, ou até mesmo tomando como escravos os derrotados.
Mas essa realidade teve um alto preço, essa política tornou Roma dependente dos escravos e dos tributos, pois a maioria dos pequenos camponeses  se virão obrigados a trabalhar para os grandes latifúndios, ou estar permanentemente no exércitos conseguindo mais escravos para suas pobres terras.
Enquanto isso, a aristocracia romana que ocupava o centro do estado e detentora dos grandes latifúndios também se virão cada vez mais vinculada e dependente do escravismo e das guerras expansionistas.
Por fim, com o saturação do modo de produção romano veio a queda, o autor tentar nos da algumas ideias de como ela ocorreu. A primeira é que o sistema de escravos e latifúndios chegou ao seu esgotamento maximo, devendo ter adotado o sistema de médias e pequenas propriedades e com trabalhadores livres. Em seguida  nos da a ideia do alto grau de discriminação entre as classes mais pobres e a aristocracia, tornando impossível a solução dos conflitos. O autor alega em seguida que alguns teóricos afirmam que o comercio interno amplo é incompatível o a escravidão, devendo o império adotar o trabalho assalariado para sobreviver. No entanto o maior enfoque esta no fato dos povos bárbaros conquistados e os não conquistados terem minado as estruturas romanas, onde durante muito tempo Roma coseguiu segurar as revoltas , mas a exploração abusiva romana era o seu grande predador.
Com o declínio do Império Romano no ocidente o principal fator político afetado foi sua centralização, agora os territórios antes controlados por rola e suas legiões passam a ser governados pelos senhores feudais, inicia-se um período de guerras territoriais, mas que não mais representa um período de declínio e trevas como visto por antigas historiografias.
Para Salinas a produção feudal era baseada no consumo, pois não havia mercado para a absorção de um excedente. A agricultura para consumo era a principal atividade , e o comercio era reduzido.
A ligação do servo com o senhor feudal se dava basicamente para sua defesa, uma vez que não havia mais a organização política centralizada, cada feudo deveria ser autossuficiente em suas defesas, embora intimamente ligado com a produção dos feudos, a situação dos servos era bem melhor que a dos escravos.
A igreja Católica não somente sobreviveu após a queda de Roma, como também prosperou, passou a ser determinante na produção sociocultural no feudalismo. Foi também a maior proprietária de terras do período causando o impedimento das relações de produção mais capitalistas. Alem de também ter forte influencia nas relações jurídicas da época, onde se lutava pela permanência do sistema feudal, o direito medieval era baseado nos costumes, e com alto grau de controle da igreja, tornava o sistema quase engessado as próprias praticas medievais. E como o autor deixa claro, não havia centralização, e as leis eram impostas de forma muito diversificadas de um feudo pro outro, bem como de uma região para outra.
Pode-se ver bem a influencia do direito no feudalismo quando colocamos o Estado moderno em questão, onde vemos uma necessidade de regulamentação para apoiar os conflitos e transações. Quando observamos esses problemas em feudos , o autor alega ser uma pratica muito reduzida para que se tenha um desenvolvimento amplo.
Quando fala-se em direito podemos ver que no feudalismo, a condição do servo é um pouco melhor do que a do escravo, embora não fosse totalmente livre, o servo tinha acesso as áreas em comuns, e uma certa capacidade fazer reivindicações.
As feudos não tinha valor de venda, embora a terra fosse a maior riqueza, não poderia ser vendida, era nelas que se sustentavam o poder dos senhores feudais. Salinas percebe que havia três divisões , onde se tinha as áreas comuns que correspondia a uma fonte de água, pastos, florestas, etc. uma região principal ponde estaria o castelo e as principais construções e o cultivo, e as terras do servos onde deveriam trabalhar em produção de subsistência.
O autor defende que a idade media não registra grande misérias, o trabalho era árduo, mas também de prazeres, onde a religião aliviava grande parte dos sofrimentos.
O espírito burguês surge numa época em que essas relações de trabalho feudais precisão ser modificadas para melhor se adequarem os ideais empreendedores capitalistas. A primeira mudança visível é na própria orientação religiosa, que muda radicalmente do conservadorismo católico onde a acumulação e lucro era condenável para uma pratica onde o trabalho era o desejo de Deus para os homens e a acumulação de riqueza era visto como sinal de prosperidade.
Para Salinas, o camponês e servo não foi desapropriado dos instrumentos de produção. As classes dominantes feudais não tinham instrumentos para uma total dominação desses aspectos, no entanto com a ascensão da burguesia, o servo deixou de ser camponeses e passou a ser o trabalhador assalariado, que não mais detém os meios de produção e passa a ser escravo de um sistema salarial mais cruel do que a servidão.
A transição do feudalismo para o capitalismo se deu devido as condições originadas pelas próprias atividades sociais feudais que favoreceram a acumulação de riqueza pela pratica do comercio. Sendo o período feudo  um tempo de muita luta entre os camponeses detentores do trabalho e os senhores detentores da propriedade da terra é natural que quem não estava a mercê desta relação, como os comerciantes iria sair beneficiado, e logo que o comercio e a produção mercantil começou a ascender  acelerou o processo de declínio do modo feudal de produção, pois afetaria diretamente na sua força de trabalho, o camponês.
Na America latina, observa-se bem o resultado da transição feudalismo –capitalismo, onde se veem as formas capitalistas gerando acumulação de riquezas nas metrópoles por meio do mercantilismo, e não pela expropriação  do trabalho sérvio feudal. As colônias tinham como missão abastecer a capacidade mercantil das metrópoles, sendo assim, embora a terra fosse seu grande tesouro, não significa dizer que sua produção fosse feudal.
Concluo então com a percepção de que o feudalismo segundo Salinas evoluiu para o feudalismo a partir das condições sociais criadas para uma sociedade feudal, que embora rigorosa deixou brechas para que uma classe, a burguesia pudesse se aproveitar de suas falhas e gerar um novo tipo de riquezas, e introduzir toda uma nova ordem econômica, política e social.

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