quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Acumulação Primitiva - cap. 24 (o penúltimo) do Livro 1 de O Capital



Acumulação Primitiva - cap. 24 (o penúltimo) do Livro 1 de O Capital
O texto tenta demonstrar de que forma se deu a acumulação do capital, de forma primitiva e de como essa acumulação afetou a toda sociedade e como a sociedade a transformou em capital. Esta se falando em transformações sociais, econômicas e políticas que vem a mudar toda a forma de relações humanas.
Primariamente o texto coloca em questão a situação do trabalhador, a forma brutal em que ele foi colocado a disposição da acumulação do capital. Com a separação do trabalhador rural da terra onde trabalhava-se, da o surgimento de toda uma gama de conflitos, pois não se trata apenas de uma relação de trabalho e produção, havia também toda uma relação de organização social, religiosa e política. Quando tira-se o trabalhador da terra e coloca-o em uma cidade onde ele nada saberia fazer vai gerar ai uma nova situação de desconforto que precisa ser ajustada, pois essa modificação não se deu sem motivos.
Fica evidente que o êxodo rural se deu por necessidades de adaptações as novas realidade de produção, onde um meio de produção ficou exaustivamente desgastado, e um novo modo de produção ganha força, econômica e posteriormente política. Com a opressão dos senhores feudais empurrando os camponeses para uma situação de miséria, e mais tarde a própria decadência dos senhores feudais, vemos que os governos tendem a se adaptarem também as novas formas de gerencias propostas pela burguesia.
A situação dos camponeses é o grande enfoque do texto, principalmente nas políticas aplicadas para força-los ao novo sistema de produção. Inicialmente foram colocados como livres para escolher entre morrer nas mãos dos senhores feudais, ou terem prosperidade nos ofícios urbanos, no entanto isso demonstrou ser uma grande ilusão, pois de maneira nem uma a situação urbana era muito melhor que a do campo, houve de certa forma uma política de incentivo, mas leis o surgimento de leis que obrigavam os camponeses desempregados a serem escravos mostra uma certa preocupação de manter uma massa de trabalhadores para reduzir os custos do empregadores.
Por parte dos empregadores, seu maior conflito é com a formação de sua autoridade política, pois alem do combate com as ordens feudais, também tinha que lidar com o problema do controle dos proletários, que em grande parte era capaz de torna-los extremamente lucrativos, ou causar sérios danos na acumulação do capital. Estudamos então que as diversas ordens sociais vão interferir direta ou indiretamente para construir toda uma cultura que o trabalho urbano, manufaturado e posteriormente industrializado seja de certa forma o melhor para a sociedade.
A expropriação da produção familiar, artesanal, corporativa , etc. não se deu de forma mansça e pacifica, mas sim com um alto grau de violência tanto no âmbito pessoal como nas esferas Estatais, onde até penas de morte e escravidão foram colocadas em pratica a adaptar a nova realidade dos trabalhadores. No entanto ainda não podemos falar de produção capitalista, o que temos ainda é somente a passagem para propriedade privada, e a transição para as formas de trabalhos assalariados.
Ainda não se tem o capital como investidor de si mesmo e atuando como corretor e controlador de si mesmo, ainda se vê a alta influencia do estado, e um processo em que os burgueses ainda dependem da autoridade estatal para reivindicar suas legislações.

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