Acumulação Primitiva - cap. 24 (o penúltimo) do Livro 1 de O Capital
O
texto tenta demonstrar de que forma se deu a acumulação do capital, de forma
primitiva e de como essa acumulação afetou a toda sociedade e como a sociedade
a transformou em capital. Esta se falando em transformações sociais, econômicas
e políticas que vem a mudar toda a forma de relações humanas.
Primariamente
o texto coloca em questão a situação do trabalhador, a forma brutal em que ele
foi colocado a disposição da acumulação do capital. Com a separação do
trabalhador rural da terra onde trabalhava-se, da o surgimento de toda uma gama
de conflitos, pois não se trata apenas de uma relação de trabalho e produção,
havia também toda uma relação de organização social, religiosa e política.
Quando tira-se o trabalhador da terra e coloca-o em uma cidade onde ele nada
saberia fazer vai gerar ai uma nova situação de desconforto que precisa ser
ajustada, pois essa modificação não se deu sem motivos.
Fica
evidente que o êxodo rural se deu por necessidades de adaptações as novas
realidade de produção, onde um meio de produção ficou exaustivamente
desgastado, e um novo modo de produção ganha força, econômica e posteriormente
política. Com a opressão dos senhores feudais empurrando os camponeses para uma
situação de miséria, e mais tarde a própria decadência dos senhores feudais,
vemos que os governos tendem a se adaptarem também as novas formas de gerencias
propostas pela burguesia.
A
situação dos camponeses é o grande enfoque do texto, principalmente nas
políticas aplicadas para força-los ao novo sistema de produção. Inicialmente
foram colocados como livres para escolher entre morrer nas mãos dos senhores
feudais, ou terem prosperidade nos ofícios urbanos, no entanto isso demonstrou
ser uma grande ilusão, pois de maneira nem uma a situação urbana era muito
melhor que a do campo, houve de certa forma uma política de incentivo, mas leis
o surgimento de leis que obrigavam os camponeses desempregados a serem escravos
mostra uma certa preocupação de manter uma massa de trabalhadores para reduzir
os custos do empregadores.
Por
parte dos empregadores, seu maior conflito é com a formação de sua autoridade
política, pois alem do combate com as ordens feudais, também tinha que lidar
com o problema do controle dos proletários, que em grande parte era capaz de
torna-los extremamente lucrativos, ou causar sérios danos na acumulação do
capital. Estudamos então que as diversas ordens sociais vão interferir direta
ou indiretamente para construir toda uma cultura que o trabalho urbano,
manufaturado e posteriormente industrializado seja de certa forma o melhor para
a sociedade.
A
expropriação da produção familiar, artesanal, corporativa , etc. não se deu de
forma mansça e pacifica, mas sim com um alto grau de violência tanto no âmbito
pessoal como nas esferas Estatais, onde até penas de morte e escravidão foram
colocadas em pratica a adaptar a nova realidade dos trabalhadores. No entanto
ainda não podemos falar de produção capitalista, o que temos ainda é somente a
passagem para propriedade privada, e a transição para as formas de trabalhos
assalariados.
Ainda
não se tem o capital como investidor de si mesmo e atuando como corretor e
controlador de si mesmo, ainda se vê a alta influencia do estado, e um processo
em que os burgueses ainda dependem da autoridade estatal para reivindicar suas
legislações.
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