quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Filosofia, Marilena Chaui, Introdução (pg.9 a 18)



Filosofia, Marilena Chaui, Introdução (pg.9 a 18)


A autora inicia o texto mostrando como se da o processo de formação dos questionamentos que irão levar a formação das atividades cotidianas, simples ações que remetem a convivência natural entre as pessoas, mostrando uma relação natural que se tem, e que muitas vezes ocorrem de forma tão corriqueira que não se presta atenção em como se pode ter uma profundidade intelectual a ser descoberta nessas relações.
Daí surge a Atitude filosófica, definida no texto como sendo o momento em que os questionamentos se voltam para a essência das relações. Buscando uma melhor definição  do que se busca ao se relacionar , exemplificado no texto com perguntas como o que é o tempo? Ao contrario de simplesmente perguntar que horas são?
Derivando da atitude filosófica , surgem duas formas de atitude critica, uma positiva, e uma negativa. A positiva é uma forma de romper com o senso comum, aos pré-conceitos, aos pré-juízos, aos fotos e idéias  da experiência cotidiana. Enquanto a positiva é uma forma de interrogação do que são essas forças que regem nossas vidas, e por que elas são como são e o que elas representam.
No entanto a filosofia passa por um duro teste todos os dias. Para a nossa cultura, uma coisa só é valida se tiver uma função especifica, e deve atender alguma finalidade. No entanto representar essa finalidade na filosofia é extremamente complicado, pois nem mesmo as maiores universidades do mundo conseguem se chegar a um conceito único e uma função especifica do vem a ser a filosofia e qual sua objetividade.
Aparece um debate sobre a relação da filosofia com a ciência, onde a autora da uma definição bastante clara, sendo a verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes: tudo isso não é ciência, são questões filosóficas.
Contudo, percebe-se que cabe a filosofia perguntar o que é, como é, e por que é. Por ser uma volta que o pensamento se realiza sobre si mesmo, a filosófica se realiza como reflexão.A autora define essa reflexão em ter momentos. Primeiro  os motivos, as razões e as causas, segundo é conteúdo ou o sentido, e terceiro a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos. Chega-se então, a conclusão de que a filosófica funciona como um pensamento sistemático, onde não se trata de dizer “eu acho que”, mas poder afirmar “ eu penso que”.
Na busca por uma definição a autora mostra quatro idéias que primeiro tentarão explicar o que é filosofia. São elas:
1-      Visão de mundo: conjunto de idéias, valores e praticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma. No entanto essa forma foi posta em questão devido a sua amplitude, consideraram muito vaga e genérica.
2-      Sabedoria de via: seria uma forma de contemplação do mundo e dos homens pra nos conduzir a uma vida justa , sabia e feliz. Contudo essa forma diz o que se espera da filosofia, mas não o que é e o que faz a filosofia.
3-      Esforço racional para conceber o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido: aqui entra conflito com a religião, pois a filosofia procura discutir até o fim o sentido e o fundamento da realidade. No entanto a própria filosofia já não admite que seja possível um sistema de pensamento único que ofereça uma única explicação para o todo da realidade.
4-      Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas: a filosofia se interessa por aquele instante em que a realidade natural e a histórica tornam-se estranhas, espantosas, incompreensíveis e enigmáticas, quando o senso comum já não sabe o que pensar e dizer e as ciências e as artes ainda não sabem o pensar e dizer.
A autora finaliza o capitulo introdutório questionado se a filosofia é útil ou não. Sendo tão abstrata e ao mesmo tempo fundamental na atividade intelectual humana, percebe-se que a filosofia é um instrumento e não produto final, sendo útil para  se chegar em determinado estágio de pensamento, e inútil para a criação de algo sem propósito.

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