História moderna Através de textos
O autor inicia sua obra
falando de suas influencias historiográficas e apresentando os autores
selecionados por ele que melhor podem esclarecer o entendimento do que vem a
ser o Estado absolutista, colocando o espaço tempo e mentalidades em foco,
dando bastante destaque a nomes como Maquiavel, Hobbes, Bodin e Bossuet.
Entrando mais no tema em
questão, o autor tenta nos da o que seria essa formação do estado moderno. Bem
segundo Michel Morineeau, os sinais que indica a passagem de uma ordem política
descentralizada para uma política mais central na forma de Estado seria a
implantação de impostos, exercito permanente, criação de um corpo de
funcionários burocratizados que atendessem as necessidades do Estado, no
entanto que fossem dependentes do Rei.
O rei seria a figura central
desse Estado que vai surgir na modernidade. Essa monarquia em nada tem haver
com o a monarquia feudal, onde o poder do rei era limitado por suas posses,
sendo alguns suseranos até mais
poderosos que o próprio rei. Nessa nova monarquia absolutista o rei toma pra si
todo o poder, o legislativo, executivo e
judiciário. Tendo sua limitação por parte de certas classes sociais,
corporações e indivíduos, que seriam
intocados por fazer parte do corpo administrativo do Estado.
Maquiavel escreve um manual
onde um rei deveria assumir uma postura ideal para se manter no poder. Nesse
manual Maquiavel enfatiza o caráter malvado do ser humano e mostra que a ética
deve se afastar da política, pois a política age de acordo com os homens, e o
homem tende a trair os seus próprios princípios em nome de mais dinheiro e
poder. Ele invoca a questão dos fins justificar os meios, e que o rei deve
sempre estar protegido das armadilhas e pronto para agir com força máxima
quando preciso.
Hobbes coloca um contrato
social onde o poder iria se por meio de um reconhecimento da autoridade apoiada
por todos os cidadãos em forma de um homem ou assembleia de homens, formando
então um grande poder Estatal onde seria capas de colocar as desavenças
internas em paz, e defender-se-ia de qualquer ameaça externa.
Bussuet enfatiza a
participação da religião quanto a afirmação da autoridade real, ele coloca o
rei como uma extensão direta de Deus. Os súditos não estariam sendo governados
por um homem qualquer, pois o trono pertencia a Deus e quem está no poder, é
escolhido pela vontade divina.
Bodin relata a preocupação
que o rei soberano deve ter em articular os interesses do ricos e dos pobres,
pois seria esse jogo de funções e de poder que daria estabilidade e segurança
ao Estado. Nos mostra também a relação com Deus, onde quem despreza o rei,
despreza a Deus.
Anderson coloca em destaque
que o poder absolutista não se desvinculou totalmente do antigo regime feudal,
mas que foi uma forma de alguns nobres se permanecerem no poder. A nobreza
antes dedicada somente ou ócio ou a guerra, agora teria que aprender novos
ofícios para se inserirem nas funções estatais e assim preservarem seu lugar
nessa nova ordem Estatal.
Poulantzas coloca a disputa
entre o poder político da nobreza e o poder econômico da burguesia no foco
central da formação do Estado absolutista, onde percebemos que as funções que o
Estado assume corresponde aos interesses da acumulação do capital. Sendo assim
o Estado teria função capitalista.
O texto termina com as
ideias de Braudel, onde o Estado moderno precisa se apoiar em novas funções e
dinâmicas. As guerras, a justiça, os impostos, entre outras atividades passam a
se tornar muito mais complexas, e sendo assim demandando homens com maior
capacidade e formação para geri-las, e nesse contexto encontra-se os burgueses
com o aparato financeiro e técnico para suprir essas novas necessidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário